terça-feira, 3 de março de 2015

ADEUS

Inviolável segredo escapa dos teus lábios sem te desorientares, sem te escandalizares. Abençoada mentira de cada dia, de cada hora, de cada minuto. Inventas uma tradição de três segundos. Crias uma contradição a cada três segundos. Da tua boca se desprendem cobras, lagartos e salamandras. Mandas embora quem te ama e acolhes quem te devora. Desajustas-te até quando o ritmo é sagrado. Disparas balas de canhão e o pavio é tua mente. A guerra é tua alma. Para, víbora!, vai’mbora! E calada! Desgrenhada, desgarrada, desregrada, disgramada! Só volta, se voltar for necessário, com lábios serenos, boca tranquila, língua pacífica... Se conseguires... Se for necessário... Se não for pedir demais... Se não for pedir demais, dize pelo menos “adeus”.

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