Desde
que um anjo pegou minha mão, eu fiquei assim, mais leve. Era uma senhora de
mais de setenta anos, pegando restos de alimento no lixo do prédio da
prefeitura. Dizia que, mesmo azeda, a comida era muito boa. E se punha a
imaginar um prato fumegante, com um apetitoso cheiro de ervas finas. Depois que
eu lhe disse “bom dia”, ela passou a me contar histórias de sua infância e
juventude. Que naquele tempo é que era bom! Havia fartura em todas as mesas e
todos, todos mesmo, podiam se servir à vontade. Havia música e dança até de
madrugada e todos, todos mesmo, dançavam com respeito. E quem queria uma
carícia mais ousada se retirava da festa e se escondia no matagal. Ela ficou em
dúvida se gostava mais da festa ou do matagal. Namorador, um anjo namorador. Que
se encantava com as primeiras luzes de mercúrio. Que achava lindos aqueles
pequenos pontos luminosos substituindo o brilho das estrelas na escuridão da
noite. Mas que atrapalhavam o namoro encostado ao poste ou no banco da praça.
“Ah! Namorar era muito bom! Hoje, quem abraçaria uma velha fedida como eu? Que
arrota lixo azedo e se esconde nos becos para fazer suas necessidades...
Envelhecer é isso? A vida sem abraços é muito triste, menino! Comer lixo é
suportável...” Olhei-a nos olhos; ela lembrava minha mãe. Lembraria a mãe de
qualquer pessoa. “Posso te dar um abraço, com todo respeito?” Ela riu. “Você
vai sair daqui com catinga, menino. Faz isso, não...” Aproximei-me dela e
dei-lhe o abraço. Ela me apertou forte. Realmente, parecia precisar mais de um
abraço do que de comida. Quando nos desvencilhamos, ela pegou minha mão. “Agora
vá cuidar dos seus afazeres, menino! Não perca mais tempo com esta velha louca,
não... A vida passa depressa, sabe? Reze e trabalhe muito para não chegar nesta
situação... Namorei tanto que me esqueci de rezar, de trabalhar... Mas a vida é
assim... Se eu estivesse dentro de minha casa ou num asilo, não teria ganhado
este abraço. Vai com Deus!” E eu fui. Com Deus, certamente, mas principalmente
com as marcas do abraço de um anjo em meu corpo. Leve.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020
TÁ ME TIRANDO?
Cara-pálida
tá me tirando? Aqui é Cacique! Com C maiúsculo! Pensa o quê? Que aqui é
palerma? Índio aqui estudou. Estudou muito. Autodidata! Li mais livros do que
sua família inteira junta! Foi-se o tempo, aliás, muito, mas muito tempo mesmo,
que índio trocava sua dignidade por espelhinho. Agora você vem me oferecer um
celular? Tá me tirando de idiota? Pra que eu quero falar com alguém do outro
lado do mundo, se não conheço ninguém lá? Ah, ele também tira fotos? Índio não
precisa ver fotografia; índio vê tudo ao natural. Faz chamada por vídeo? Índio
conversa olho no olho. Tem lanterna? Índio só caça de dia; à noite a gente
aproveita a luz do luar. Dá acesso às redes sociais? Cara-pálida, socializar é
estar junto, de mão dada, dançando festivamente ou guerreando, se necessário.
Sabe o que você faz com esse aparelhinho? Troca por comida e ajuda a matar a
fome do seu povo. Esse povo, sim, está trocando sua vida por espelhinhos. E
espelhinhos quebrados, que não servem para nada. Sabe o que você pode fazer
também com este celular? Liga a câmera dele. Olhe-se bem nos seus próprios
olhos e se pergunte: o que estou fazendo de minha vida? Não pare de olhar até
achar uma resposta humanamente positiva. E me deixe em paz. Tá me tirando?
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020
PRONUNCIAMENTO
-Atenção
para o toque de cinco segundos para o pronunciamento de Vossa Excelência, o
Presidente da República das Bananas Podres.
-Oito...
Sete... Seis... Cinco... Quatro... Três... Dois... Um!
-Bananeiros
e bananeiras, boa noite! É com grata sastifação que venho lhis comunicar qui, a
partir de amanhã, imtrepe... impreve... im-pre-te-ri-vel-men-te, ...xi! O
teleprompi apagou! Que merda é essa? Vê isso aí, porra! (...) Ah, voltou!
Então, a partir de amanhã, imtrepe... impreve... (Caramba! Já falei pra não
colocar esta porcaria de palavra nos discurso!) Im-pre-te-ri-vel-men-te, todos
os cidadãos deverão trabalhar 18 horas por dia, com o direito de cinco minutos
para o almoço. Parece muito? Não é não! Deixei cinco minutos para dar tempo de
escovar os dentes. Todos entenderão que esta medida foi estreitamente
necessária para o crescimento do país e a valorização do trabalho pelas
famílias cristãs. Devo acrescentar que tal medida abrange todas as pessoas
acima de sete anos. E só estão dispensadas de cumpri-la aqueles que já bateram
as botas, como se diz lá na minha cidade. Pra quem não sabe, bater as botas é o
mesmo que morrer, fechar o paletó, encomendar a alma, escafeder-se. Com a prena
certeza de que me fiz craro e todos apoiarão mais esta medida, afinal, é para o
bem de todos, me despeço. Bananeiros e bananeiras, boa noite!
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
HPV
Apareceu
algo estranho na glande do rei. Algo como um caroço, um pequenino tumor. O
urologista real foi chamado e, em segundos, deu o diagnóstico:
-Não
é nada grave, Majestade. É um simples HPV. Desaparecerá com algumas compressas
de água morna. Mas cuide bem, Majestade! Estas coisas simples podem se
transformar em doenças malignas...
Um
enfermeiro palaciano foi encarregado de fazer tais compressas. O rapaz, ao
saber que veria e tocaria parte tão íntima do rei, ficou apreensivo, mas foi
cumprir o seu dever. Após ajudar a majestade a tirar tanta roupa suntuosa de
cima do minúsculo pênis real, ele não conseguiu conter o riso. “Tem menos da
metade do tamanho do meu”, pensou e, involuntariamente, já gargalhava, como se
a anatomia respeitasse títulos de nobreza. O rei, furioso com tal audácia,
imediatamente ordenou:
-Soldados! Cortem-lhe a cabeça! Agora!
O
capitão tentou contemporizar:
-Majestade!
Não estás sendo cruel por demais?
-Não,
não estou! Cortem-lhe a cabeça! Do pênis! Aliás, cortem-lhe o pênis inteiro!
A ordem foi cumprida.
O enfermeiro, envergonhado, suicidou-se. E o caroço da glande do rei, esquecido propositalmente por ele mesmo, cresceu absurdamente e tornou-se um maligno
câncer. O pênis real teve que ser amputado. No mesmo dia, o urologista real foi
condenado à morte.
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
SURUBA
–Teus
lábios me dão um tesão danado! –Tuas coxas são demais! –Uau!!! Você raspou! –Mas
eu já comi tua bunda agora mesmo... –(Sussurrando) Você me
deixa maluco... –Vamos todos juntos? Agora! –Desliga essa câmera, porra! –O dólar tá
subindo mais do que meu pau... –A gente
podia variar... Sei lá... Brincar de roda... –“Sexo é uma selva de epiléticos”.
–Você e suas (ex)citações fora de hora. –Caiu mais um ministro... Caiu bem em
cima da cabeça do meu pau! (risada) –A coisa pública é excitante... –Queria
transar dentro de um cofre... –Você já transou em cabine telefônica? –(Gemendo)
Esta cueca é de matar! –Eu queria mesmo era foder com a vida do povo
(gargalhada). –Mais de ladinho... Vem... –Pra onde a gente vai depois? –Caralho!
Você arranhou minha barriga... –Ah, não morde, porra! –Vê se não deixa marca...
Da última vez foi foda... –Os banqueiros estão cada vez mais satisfeitos... –Os
empresários não param de gozar... –Hummmm... Que apertadinho... –Vem, vem,
vem... Vamo, vamo, vamo...
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020
BENS
Primeiro
foram os celulares: eles saltaram das mãos, dos bolsos, das mesas ou de onde
quer que estivessem e ficaram sobrevoando o mundo. Depois, todos os automóveis e aviões, ao
mesmo tempo, se desintegraram e suas peças voavam e se chocavam no espaço. O
para-choque de um caminhão bateu no sino de uma igreja e, imediatamente, todos
os sinos de todas as igrejas começaram a badalar. Em menos de uma hora de som
ensurdecedor, os prédios também começaram a se desintegrar e tijolos e blocos
de concreto passeavam pelo céu.
Ninguém
se machucou, porém, as pessoas não conseguiam se ouvir e choravam de desespero,
principalmente as crianças. Ver as cidades totalmente vazias era mais
assustador do que ver o céu repleto de objetos voadores ou do que saber que não
se teria onde morar. “Tanto tempo para construir isto tudo!”, pensou alguém.
“Tanto dinheiro pra nada!”, falou outra pessoa sem ser ouvida nem por si mesma.
“Poxa! Justo agora que passei no vestibular!” “E minhas aplicações no banco,
como ficam?” “Vou perder o último capítulo da novela...” “Como vou trabalhar?”
“Bem que um troço desses podia cair na cabeça de Fulano!”
Nada
caía. Todos os objetos do mundo sobrevoavam as pessoas cada vez mais
estupefatas pela impossibilidade de se comunicar. De início, ficaram
paralisadas, pensando em seus bens. Depois, começaram a vagar pelos campos
vazios que foram se formando. E foram percebendo que podiam passar por qualquer
lugar, pois nada mais tinha dono. Isso foi lhes dando alguma resignação e até
certa alegria. Estavam se vendo de uma forma que nunca nem tinham imaginado. E
passaram a se abraçar, numa tentativa de substituir a falta de comunicação. E
perceberam que o abraço era a melhor forma de comunicação. Estavam, agora,
felizes!
Os
objetos do céu foram sumindo, como que sugados por um buraco negro. O absurdo
ruído desapareceu. As pessoas voltaram a se falar e ouvir. Não precisavam mais
se abraçar. E o primeiro plano foi reconstruir tudo o que haviam perdido.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
O ENGOLIDOR DE VERBOS
Começou
na infância – não como uma brincadeira, mas como única forma de sobreviver. “Nascer”
foi o primeiro verbo que engoliu; tinha um sabor agridoce; era bom e não era,
tanto que, em dúvida, teve que engolir o verbo “chorar” logo em seguida. O verbo
“respirar” desceu por sua garganta mais harmoniosamente e lhe acalmou; ficou
viciado neste verbo, engolia-o a todo instante. E assim, foi engolindo outros
verbos que apareciam. “Andar” e “falar” foram engolidos quase que por obrigação.
“Sorrir” não lhe passava pela boca, muito menos pela garganta. Havia um buraco
em seu estômago, que impedia a passagem deste verbo. Engoliu o verbo “brincar”
meio sem vontade; faltava-lhe ânimo para digerir algo tão alegre. “Estudar” foi
engolido somente pela metade, ou nem isso. Era preciso forçar muito a mastigação
e ele desistiu. Teve que engolir o verbo “trabalhar” antes da hora. Passava-lhe
pelo esôfago arrebentando-o – e assim foi para todo o sempre.
Certa
vez, tentou experimentar o verbo “amar”. Da primeira vez que o digeriu, tinha
um sabor maravilhoso, inexplicável. Mas, com o tempo, foi se tornando ácido. Não
quis mais saber deste verbo, pois o “viver” já era por si só intragável; não precisava
de complementos com temperos ásperos. Preferiu engolir seus verbos sozinho. “Sonhar”,
“imaginar”, “cansar”, “adoecer”, “delirar”, “renascer” – todos estes verbos
foram devidamente por ele engolidos. Não
engoliu muitos outros por simplesmente não conhecê-los. Há um, porém, que ele
quer muito engolir logo, mas não o encontra nem pra remédio – é o verbo “morrer”.
E ele vai teimosamente deglutindo seus verbos, pois jurou pra si mesmo que
jamais sorveria o verbo “matar” – nem para consumo próprio.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020
ELOGIO
Linda
ela estranhou o elogio não que não o merecesse mas saiu às pressas sem pensar
revelando apenas um desejo corpóreo Linda aliás era também seu nome ou melhor
apelido seu nome mesmo era Gorolinda quem não riria de um nome assim lembrava
gorila ela não conseguia entender de onde seus pais tiraram esse nome não
conseguia entender muitas outras coisas como o povo só elege políticos
aventureiros ou aventureiros políticos como as pessoas conseguiam se comunicar
nas redes sociais sem o uso de pontuação bem mas tudo isto seria assunto para
outra oportunidade ela agora está compenetrada naquele elogio que adivinhou seu
nome ela usa outro nick ela odeia o uso de palavras estrangeiras ela usa o nick
Xubidubidu que não revela seu sexo logo de cara ela gosta de confundir mas o
elogio saiu sem que seu interlocutor tivesse visto sua foto sua foto nas redes
sociais é a de um gatinho tomando leite soou falso mais que apenas corpóreo nem
me viu e me acha linda vai cagar e mandou mesmo a pessoa ir cagar com todas as
letras só esqueceu mesmo o ponto de exclamação que não faria diferença qualquer
um entende um apelo assim mas a pessoa não foi cagar continuou a conversa
perguntando primeiramente porque deveria ir cagar Linda explicou mas Linda isto
não foi um elogio eu sei quem você é como você sabe quem sou você me falou seu
nick para mim pessoalmente ih fudeu então tchau aqui eu só converso com
estranhos mas eu sou estranho a gente só se viu uma vez se a gente se viu uma
vez não somos mais estranhos ah então vai cagar também Linda já estava sentada
no vaso há muitos minutos ficou aliviada porque cagou e porque aquilo não tinha
sido um elogio
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
OS ÓRGÃOS
A
paranoia se arrasta impiedosamente no caminhar da trabalhadora. Descer do
ônibus lotado é mais que um alívio, é um renascimento. Entrar no prédio apenas
amarrotada é uma vitória.
-Bom
dia.
Sim,
sem exclamação. É uma fala forçada. Às vezes, ela acha que é seu estômago que
fala. E é seu útero que não ouve a resposta. Porque não houve resposta. Estão
todos ocupados com sua imensa satisfação em ser egoístas. Às vezes, ela pensa
que digita com os olhos. Basta mirar o teclado e as letras e os números surgirão
apressadamente na tela do computador. Às vezes, ela não sabe se é ela que
digita; se não é o computador que tenta lhe contar histórias. Ela não sabe mais
porque digita. Para que. Como. Quando. Onde. Ela está meio perdida, trocando as
funções de seus órgãos. Falar com as mãos. Acenar com o clitóris. Gozar pelo
umbigo. Mastigar com os cílios. Respirar pela sola do pé. Disseram-lhe uma vez
que ela precisava harmonizar os chacras. Ela sorriu balançando a cabeça
negativamente e pensou: “Ah, se você soubesse o que é carregar um corpo...”
Ela
digitou muito. Letras e números que não ganham sentido – nem com muita
imaginação. Já é hora do almoço e ela não sabe qual órgão fará a refeição. Ela
não está cansada; está suspensa no ar. Anda com as asas que não tem (e não se
veja nenhuma liberdade nisso). Vê vitrines e ouve uma música que não sabe de
onde vem (nem se vem). O colorido das lojas e o som se misturam numa
indiferente sinestesia. Tanto lhe faz ouvir a cor ou ver as notas musicais. A
paranoia continua (e continuará sempre) impiedosa.
Mais
alguns milhões de dígitos e ela já pode ir embora. Mais um ônibus – mais
acachapante que o da manhã. Mais um suave e inóspito arrastar-se até a casa.
Onde ela pode trocar as funções de seus órgãos mais à vontade. E morrer mais um
pouquinho. E tentar descobrir por qual órgão se morre...
terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
INCONSTITUCIONALISSIMAMENTE
Inconstitucionalissimamente,
eu te amo. Desde que decretaram a proibição do amor, meu amor por ti só aumentou.
Duplicou. Triplicou. Quadruplicou. É, agora, uma progressão geométrica. Quanto mais
insistem na valorização do ódio, mais eu te adoro. Quanto mais anunciam na
imprensa que o ato de beijar será castigado, mais eu quero lamber teu corpo. Quanto
mais fazem propaganda da tortura, mais desejo te abraçar e acariciar. Quanto mais
nos negam o direito à alegria, mais pretendo pôr um sorriso em teus lábios – melhor,
uma gargalhada. Tanto mais desmoralizam o toque, muito mais anseio pela tua
presença. Tanto mais nos castram, mais te penetro. Quanto mais nos ceifam a
esperança, mais te farei gozar.
Se
o amor pode ser uma forma de rebeldia, amaremos aos gritos. Ensurdeceremos os
déspotas com nossos gemidos e sussurros. Eu te amo. Mesmo que inconstitucionalissimamente,
eu te amo. E proibido é muito mais gostoso!
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020
O ÍDOLO MORREU
O
ídolo morreu. Levou consigo toda a verve da tribo. O cachimbo da paz, invenção dele,
perdeu a simbologia esperada. Os cocares, outra das suas criações, todos se acinzentaram.
Andar nu já não trazia conforto; sentiam frio. Não mais havia ânimo para pescar,
caçar e cozer a própria alimentação. Todos emagreceram demasiadamente. O rio já
não servia para nadar. O sol foi desprezado e a pele empalideceu. A única utilidade
das tabas era esconder-se para lamentos profundos. Os homens perderam a libido
e as mulheres, a fertilidade; a tribo envelheceu em pouco tempo. Velhos,
cansados e tristes – e não notavam. Até a natureza se condoera e só fazia
chover. O tempo escuro se misturava à depressão local.
Mas...
Um pajé, um único pajé – talvez por influência do próprio ídolo morto – teve um
lampejo e pôde perceber a apatia da tribo. Imediatamente, fez a dança para o
sol voltar a brilhar. Daí, muitos já conseguiram abrir os olhos. O pajé
conversou com eles, convencendo-os de que o ídolo certamente não gostaria de ver
a tribo naquele estado. E uns foram conversando com outros até tudo voltar à
normalidade. A tribo já pescava, caçava, nadava e tomava sol novamente. Fizeram
uma grande festa em homenagem ao ídolo. E, em meio a danças e cânticos, o pajé
do lampejo foi tido como o novo ídolo da tribo.
Um
dia, o novo ídolo também morreu. Levou consigo toda a verve da tribo...
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