segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

SAMBARAÍ

sambaraí na cara da socialite que chama negro de macaco
que mancha a vontade de vontade de igualdade,
que marcha contra a própria natureza de ser gente.
andaraí à procura de sentimentos cafuzos, caboclos, mamelucos,
mais malucos, menos normais, mais andróginos, menos artificiais.
eu quero comprar um corpo perfeito, então compra, seja feita a tua vontade.
só não venda (barato ou caro) minhas ideias imperfeitas,
sujeitas a chuvas e tempestades dentro de um copo de cerveja.

dançaraí uma dança diferente, cansada de gente descontente,
rebolar até de madrugada uma bunda gostosa e caliente,
chacoalhar os cabelos e as filosofias da menina carente
assim na terra como no céu e o pão nosso que se queime
no forno em brasa da voz sampleada que insiste num requinte
de madeiras pichadas e grafitadas ao mesmo tempo,
cheias de verdades que o tempo não apagará nem se parar.
a menina carente sorri, o samba continua, nua, nua, nua...

rodaraí num samba de roda, na saia da baiana, no salto da passista,
na mente masoquista dos intelectos saturados de inveja e preguiça.
mostraraí o corpo desenhado pelo artista que trocou a tela por fetiche,
os seios à mostra, a xana ardente querendo aparecer e gritar desaforos.
nãoirporaí, pelos descaminhos das gargantas sedentas de trocados e graúdos,
despejando um deus interesseiro que te garante um pedacinho de céu.
cagaraí pra esses fanáticos que não te querem livre, que não te querem,
que só te querem consumindo. sumindo. sumindo. viveraí!

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