sambaraí
na cara da socialite que chama negro de macaco
que
mancha a vontade de vontade de igualdade,
que
marcha contra a própria natureza de ser gente.
andaraí
à procura de sentimentos cafuzos, caboclos, mamelucos,
mais
malucos, menos normais, mais andróginos, menos artificiais.
eu
quero comprar um corpo perfeito, então compra, seja feita a tua vontade.
só
não venda (barato ou caro) minhas ideias imperfeitas,
sujeitas
a chuvas e tempestades dentro de um copo de cerveja.
dançaraí
uma dança diferente, cansada de gente descontente,
rebolar
até de madrugada uma bunda gostosa e caliente,
chacoalhar
os cabelos e as filosofias da menina carente
assim
na terra como no céu e o pão nosso que se queime
no
forno em brasa da voz sampleada que insiste num requinte
de
madeiras pichadas e grafitadas ao mesmo tempo,
cheias
de verdades que o tempo não apagará nem se parar.
a
menina carente sorri, o samba continua, nua, nua, nua...
rodaraí
num samba de roda, na saia da baiana, no salto da passista,
na
mente masoquista dos intelectos saturados de inveja e preguiça.
mostraraí
o corpo desenhado pelo artista que trocou a tela por fetiche,
os
seios à mostra, a xana ardente querendo aparecer e gritar desaforos.
nãoirporaí,
pelos descaminhos das gargantas sedentas de trocados e graúdos,
despejando
um deus interesseiro que te garante um pedacinho de céu.
cagaraí
pra esses fanáticos que não te querem livre, que não te querem,
que
só te querem consumindo. sumindo. sumindo. viveraí!
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